sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cientistas descobrem “blocos de formação da vida” em Plutão



O telescópio espacial Hubble descobriu um forte “absorvedor” de luz ultravioleta na superfície do anão Plutão, sugerindo que o planeta gelado têm hidrocarbonetos.
Esses hidrocarbonetos podem ter sido produzidos pela luz solar ou raios cósmicos que reagem com metano, monóxido de carbono e nitrogênio no gelo na superfície de Plutão.
Os cientistas acreditam que a presença desses produtos químicos explica a tonalidade vermelha do corpo.
Eles também encontraram evidências de mudanças na atmosfera de Plutão, com diferenças no espectro ultravioleta em comparação com as medições do Hubble de 1990. Isso pode ser devido a mudanças na pressão da atmosfera, ou simplesmente porque o telescópio observou diferentes terrenos.
“A descoberta que fizemos com o Hubble nos lembra que descobertas ainda mais excitantes sobre a composição e a evolução da superfície de Plutão podem estar nos esperando, quando a nave New Horizons da NASA chegar ao planeta, em 2015″, disse o pesquisador Alan Stern

Fonte: Hypescience.com

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Missão Kepler bate recorde e encontra planetas similares à Terra


A missão espacial Kepler deu um importante passo na busca por planetas extrasolares e finalmente localizou os primeiros planetas com dimensões similares à Terra. Apesar de inóspitos, a descoberta confirma que planetas desse porte podem ser detectados com as técnicas disponíveis atualmente.

Batizados oficialmente como Kepler-20e e Kepler-20f, os novos objetos se localizam a cerca de 1000 anos-luz da Terra na direção da constelação de Lira. Segundo o estudo, a distância desses objetos até a estrela mãe é muito pequena, situando-os fora da Zona habitável.

Kepler-20e orbita a estrela a cada 6.1 dias e Kepler-20f a cada 19.6 dias. Essas características de translação indicam que os planetas são muito quentes. Enquanto Kepler-20f tem temperatura de 426 graus, similar à média do período diurno de Mercúrio, Kepler-20e, com mais de 760 graus, faria o vidro derreter em sua superfície.

Com base nas características orbitais analisadas, os pesquisadores acreditam que os objetos sejam planetas rochosos. Kepler-20e é ligeiramente menor que Vênus, medindo 0.87 vezes o raio da Terra. Kepler-20f é um pouco maior que nosso planeta, com raio 1.03 vezes maior.


Sistema Solar Kepler-20
A estrutura gravitacional onde se localizam os novos objetos consiste em um sistema solar composto de 5 planetas, chamado Kepler-20.

Nesse sistema, três outros planetas são maiores que a Terra, mas menores que Netuno. Kepler-20b é o planeta mais próximo da estrela, Kepler-20c o terceiro e Kepler-20d o quinto. Cada um deles orbita a estrela mãe a cada 3.7, 10.9 e 77.6 dias respectivamente e todos os cinco objetos cabem em um espaço similar ao raio da órbita de mercúrio.

A estrela que esses planetas orbitam é do tipo-G, parecida com nosso Sol, mas é ligeiramente menor e mais fria.

Ao contrário do nosso Sistema Solar, onde os planetas menores e rochosos orbitam mais próximos do Sol e os gigantes gasosos mais longe, em Kepler-20 as coisas são um pouco diferentes. Ali, os astros estão organizados de maneira pouco convencional, com planetas grandes e pequenos ocupando posições alternadas.

"Os dados do Kepler nos mostra que alguns sistemas planetários podem ter arranjos diferentes daquele que conhecemos em nosso Sistema Solar", disse o pesquisador Jack Lissauer, cientista planetário e membro da missão Kepler junto ao Centro de Pesquisas Ames, da Nasa.


Exoplanetas
Até agora (2011), já foram catalogados 708 exoplanetas além de 1235 candidatos, mas os estudos mostraram que a maioria desses objetos apresenta condições inóspitas à existência de vida tal como é concebida em nosso planeta. Os astros detectados até agora são, em sua maioria, do tamanho ou maior do que Júpiter e suas órbitas são muito próximas da estrela-mãe.

Somente a sonda Kepler já localizou mais de 1230 candidatos a exoplanetas. Destes, aproximadamente 80 seriam similares à Terra e 5 deles estariam situados na zona habitável, onde a distancia até a estrela-mãe permite que a água seja encontrada em estado líquido.


2 Bilhões de Planetas
Planetas que orbitam estrelas são muito mais comuns do que se imaginava. Baseado em dados da sonda Kepler, um estudo publicado no início de 2011 concluiu que somente na Via Láctea pode ter cerca de 2 bilhões de planetas com tamanho semelhante ao nosso, havendo ainda cerca de 50 bilhões de galáxias no universo observável.

Fonte: Apollo11.com

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Nuvem espacial será engolida por buraco negro

Simulação de como a nuvem de gás e poeira poderá se esfacelar ao longo dos próximos anos, conforme se aproxima do buraco negro no centro da Via Láctea.[Imagem: ESO/MPE/Marc Schartmann]


Astrônomos descobriram uma nuvem de gás, com várias vezes a massa da Terra, aproximando-se rapidamente do seu destino final: ser engolida pelo buraco negro situado no centro da Via Láctea.
Esta é a primeira vez que uma nuvem "condenada" é observada aproximando-se para ser engolida por um buraco negro supermassivo.
Segundo a equipe do Reinhard Genzel, do Instituto Max Planck, na Alemanha, a velocidade deste objeto praticamente dobrou nos últimos sete anos, atingindo mais de 8 milhões de km/hora.
Seu grupo tem um programa de pesquisas que planeja observar o buraco negro massivo no centro da nossa galáxia durante 20 anos, usando os telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Nuvem passageira
A nuvem condenada está em uma órbita muito alongada.
Em meados de 2013, ela passará a uma distância de apenas 40 bilhões de quilômetros do horizonte de eventos do buraco negro.
Isto corresponde a cerca de 36 horas-luz, um pouco mais do que a distância entre o Sol e Júpiter, um "raspão" em termos astronômicos.
A nuvem é muito mais fria do que as estrelas à sua volta e é essencialmente composta de hidrogênio e hélio. Ela é formada por poeira e gás ionizado, com uma massa de cerca de três vezes a da Terra.
A nuvem brilha sob a intensa radiação ultravioleta emitida por estrelas quentes, que se encontram em seu redor no coração superlotado da Via Láctea.
A atual densidade da nuvem é muito maior do que a densidade do gás quente que rodeia o buraco negro. No entanto, à medida que ela se aproxima do "monstro esfomeado", a pressão externa vai aumentando, comprimindo a nuvem.
Ao mesmo tempo, a grande força gravitacional do buraco negro, que tem uma massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol, continuará a sugá-la, esticando-a ao longo da sua órbita.
"A imagem de um astronauta, próximo de um buraco negro, sendo esticado até ficar parecido com um espaguete, é bastante comum na ficção científica. Mas agora podemos efetivamente ver isso acontecendo à nova nuvem, que não vai sobreviver à experiência," explica Stefan Gillesseen, autor principal do artigo científico que descreve os resultados e que será publicado no mês de Janeiro na revista Nature.
Refeição de buraco negro
As bordas da nuvem já começaram a rasgar-se e espera-se que a nuvem se desfaça completamente em pedaços nos próximos anos. Os astrônomos detectaram sinais claros do aumento da perturbação no período de 2008 a 2011.
Espera-se também que o material se torne muito mais quente à medida que se aproximar do buraco negro, em 2013, e comece a emitir raios X. Atualmente existe pouco material próximo do buraco negro, por isso a refeição recém-chegada será o combustível dominante do buraco negro durante os próximos anos.
Uma explicação para a formação da nuvem é que o material que a compõe possa ter vindo de estrelas jovens de grande massa que se encontram nas proximidades e que perdem massa muito rapidamente devido a ventos estelares. Estrelas deste tipo sopram literalmente o seu gás para o exterior.
A colisão de ventos estelares de uma estrela dupla conhecida que orbita em torno do buraco negro central pode ter levado à formação da nuvem.
"Os próximos dois anos serão muito interessantes e deverão trazer-nos informação extremamente valiosa sobre o comportamento da matéria em torno destes objetos massivos tão extraordinários," conclui Reinhard Genzel